segunda-feira, dezembro 18, 2006

Imagens muito graaaandes!

Entre as tecnologias de partilha de ficheiros na Internet (de forma legal ou ilegal), uma das mais eficientes é a que dá pelo nome BitTorrent. Pela forma como é feita a distribuição de informação, revela-se particularmente adequada para a distribuição de ficheiros de grandes dimensões (e sim, isto inclui os filmes, particularmente as cópias de DVDs).

web sites que dão bom uso a esta tecnologia, muitas vezes com finalidades inteiramente válidas e legais. Aquele de que vamos falar hoje dá pelo nome de geoTorrent, dedicando-se à partilha de imagens de satélite e conjuntos de dados geo-espaciais. A opção pela tecnologia BitTorrent justifica-se quando olhamos para a dimensão de alguns dos ficheiros disponibilizados (por exemplo, um mosaico de imagens de satélite da Califórnia, com a resolução de 1 metro e um volume de 87 GB!).

No que diz respeito à Europa, a única torrente actualmente disponibilizada refere-se a um mosaico de imagens tiradas pelo satélite LandSat (a ligação dá acesso a uma versão em tamanho reduzido), com o volume de 1.7 GB.

Acesso directo à torrente da imagem LandSat
(O download da torrente exige a instalação de software cliente BitTorrent)

terça-feira, dezembro 12, 2006

A árvore da Praça do Comércio...

...é grande, cheia de luzes, barulhenta, atrai chusmas de gente, que vão até lá em romaria (e que entopem as ruas da Baixa e de mais metade da cidade, até ao Saldanha, sobretudo à noite).


A Avenida da Liberdade não devia estar assim numa quinta-feira às 9 da noite...

Tem uma coisa gira, que justifica a sua presença neste blog. Lá no alto, a competir com a tradicional estrela, existe uma câmara de vídeo. Pensemos nela como se fosse uma webcam em ponto grande. O que ela vê está disponível online. Publicidade à parte, é uma ideia interessante.

MIRAVI

A European Space Agency é a agência europeia responsável pela coordenação dos esforços de investigação e desenvolvimento, nos domínios da Astronomia e da Astronáutica, a nível europeu. Desde a sua criação, em 1973, tem desenvolvido importantes esforços em várias áreas da exploração espacial. Sob a sua égide surgiram programas como o Spacelab e os sistema de lançamento Ariane.

Um dos seus projectos, o satélite Envisat, foi lançado para a órbita terrestre em 2002, sendo até à data o maior satélite de observação do planeta Terra. Um dos seus instrumentos, denominado MERIS (Medium Resolution Imaging Spectrometer) é um espectrómetro de captação de imagens, através da medição da radiação solar reflectida pela Terra, com uma resolução de 300 metros. O seu trajecto orbital permite-lhe obter uma cobertura integral do planeta a cada 3 dias.

No início de Dezembro de 2006, a ESA activou um novo web site, denominado MIRAVI (MERIS Images RApid VIsualisation), no qual disponibiliza online as imagens captadas pelo Envisat (captação óptica e captação MERIS), com um intervalo de apenas duas horas entre captação e publicação.

Na prática, isto significa poder visualizar a superfície do planeta com um acompanhamento muito directo de boa parte dos seus processos dinâmicos. Por outras palavras, é o mais próximo de captação em tempo real que está disponível para o grande público (o acesso é gratuito e sem ser necessário qualquer registo). Por comparação, muito embora o Google Earth e demais soluções de cartografia online/offline disponibilizem quantidades fantáticas de imagens, de resolução superior, a verdade é que essas imagens vivem no passado, retratando o aspecto da superfície do planeta tal como era à vários meses, ou anos.

Acima de tudo, é interessante poder ver imagens de satélite de Portugal tiradas no próprio dia em que este post foi colocado.

terça-feira, novembro 21, 2006

MODIS

MODIS, ou Moderate Resolution Imaging Spectroradiometer, é o nome de um dos instrumentos existentes a bordo dos satélites Terra e Aqua. A sua utilização combinada permite obter uma cobertura total da superfície do planeta, no máximo em cada dois dias. Os dados que recolhem destinam-se a documentar todo o tipo de processos dinâmicos que envolvem as massas terrestres, os oceanos e a baixa atmosfera (por exemplo, inundações e incêndios).

Na galeria de imagens associada a este projecto, encontra-se uma quantidade de fotografias que abrangem Portugal, quase todas tiradas durante várias épocas de incêndios ao longo dos anos. Mais do que notícias nos jornais ou imagens na televisão, estas fotografias testemunham em primeira mão a extensão anual do problema.

A imagem seguinte (já processada) mostra os incêndios activos em Portugal, no dia 3 de Agosto de 2003, às 14:00H. Ao clicar sobre ela, é apresentada uma sequência animada, que cobre os dias entre 3 e 13 de Agosto do mesmo ano.


Nota: A animação a que esta imagem dá acesso
tem aproximadamente 2 MB. Pode por isso demorar a aparecer.

sábado, outubro 14, 2006

TerraServer

Em 1998, para publicitar as capacidades da versão 7 do sistema de gestão de bases de dados SQL Server, a Microsoft (de parceria com a Compaq e com a Aerial Images) anunciou formalmente a disponibilização de uma enorme (para a altura...) base de dados de imagens captadas por satélite, de vários locais do mundo. O casamento entre Windows NT, SQL Server, servidores com processadores Alpha e imagens captadas por satélites americanos e soviéticos, proporcionou pela primeira vez a milhões de utilizadores um contacto muito directo com imagens detalhadas de vastas áreas do planeta. Na Wayback Machine do Internet Archive podem ser encontradas várias várias paginas com indicação do tamanho da base de dados (basta fazer uma pesquisa procurando o web site www.terraserver.microsoft.com).

Portugal esteve representado nesta iniciativa através de dois conjuntos de imagens, relativos às áreas da Grande Lisboa e do Grande Porto. Dadas as limitações na altura existentes em relação à disponibilidade fácil de imagens recentes captadas por satélite, vários blocos de imagens da base de dados tiveram que recorrer a fontes mais antigas. No caso português, foram utilizadas imagens captadas por satélites soviéticos, no início de 1987.

Na prática, isto proporcionou uma viagem no tempo a Lisboa e ao Porto. A imagem seguinte mostra a zona de Pina Manique, tal como era no início de 1987:

A diferença para o actual nó de Pina Manique é evidente:


Com o passar do tempo, o projecto TerraServer dividiu-se em dois. A participação da Microsoft manteve-se, mas apenas para imagens relativas aos Estados Unidos, através do web site TerraServer-USA. A restante cobertura mundial, com recurso a várias fontes de imagens, assumiu uma vertente comercial, disponível através da empresa TerraServer.com.

Hoje, a quantidade de imagens disponibilizadas através dos vários projectos on-line (Google, Yahoo, Microsoft, NASA...), fazem o TerraServer original parecer modesto. Fica-lhe a virtude de ter sido um verdadeiro pioneiro.

Só lamento não ter recolhido também as imagens do Grande Porto.

Ficheiro KMZ para utilizar no Google Earth e ver a zona de Pina Manique em Lisboa

domingo, outubro 08, 2006

Uma cidade afundada sob a Lagoa de Óbidos...

É certo que não passa de um defeito de imagem algo comum no Google Earth. No entanto, não deixa de ser interessante. Não conseguimos encontrar outras manifestações idênticas em território português.


O fórum de discussão Google Earth Community mantém várias páginas onde este e outros defeitos são discutidos. Os edifícios subaquáticos podem ser encontrados em diversas partes do mundo.

Ficheiro KMZ para utilizar no Google Earth e ver os edifícios subaquáticos na Lagoa de Óbidos

Agora vê-se, agora não se vê

São giras as soluções que às vezes se encontram nos livros. No Aeroguia - Lisboa e área metropolitana (Publicações Dom Quixote, 2000), a zona da Base Aérea do Montijo parece ser uma zona inexplorada, de vegetação luxuriante:


Saltemos no tempo para 2006 e para o universo de informação que aplicações como o Google Earth proporcionam. Comparando as imagens, é caso para dizer que se fartaram de trabalhar em 6 anos...


Para que é que se deram ao trabalho de retocar a primeira imagem? Sejamos realistas: já no ano 2000, se alguém quisesse saber como era a Base Aérea do Montijo vista do céu podia dirigir-se a serviços comerciais de venda de imagens captadas por satélite (já para não falar do bloco de imagens de Lisboa da década de 80, disponibilizados brevemente através do projecto TerraServer da Microsoft, por volta de 1997/1998).

Ficheiro KMZ para utilizar no Google Earth e ver a Base Aérea do Montijo