sábado, outubro 14, 2006

TerraServer

Em 1998, para publicitar as capacidades da versão 7 do sistema de gestão de bases de dados SQL Server, a Microsoft (de parceria com a Compaq e com a Aerial Images) anunciou formalmente a disponibilização de uma enorme (para a altura...) base de dados de imagens captadas por satélite, de vários locais do mundo. O casamento entre Windows NT, SQL Server, servidores com processadores Alpha e imagens captadas por satélites americanos e soviéticos, proporcionou pela primeira vez a milhões de utilizadores um contacto muito directo com imagens detalhadas de vastas áreas do planeta. Na Wayback Machine do Internet Archive podem ser encontradas várias várias paginas com indicação do tamanho da base de dados (basta fazer uma pesquisa procurando o web site www.terraserver.microsoft.com).

Portugal esteve representado nesta iniciativa através de dois conjuntos de imagens, relativos às áreas da Grande Lisboa e do Grande Porto. Dadas as limitações na altura existentes em relação à disponibilidade fácil de imagens recentes captadas por satélite, vários blocos de imagens da base de dados tiveram que recorrer a fontes mais antigas. No caso português, foram utilizadas imagens captadas por satélites soviéticos, no início de 1987.

Na prática, isto proporcionou uma viagem no tempo a Lisboa e ao Porto. A imagem seguinte mostra a zona de Pina Manique, tal como era no início de 1987:

A diferença para o actual nó de Pina Manique é evidente:


Com o passar do tempo, o projecto TerraServer dividiu-se em dois. A participação da Microsoft manteve-se, mas apenas para imagens relativas aos Estados Unidos, através do web site TerraServer-USA. A restante cobertura mundial, com recurso a várias fontes de imagens, assumiu uma vertente comercial, disponível através da empresa TerraServer.com.

Hoje, a quantidade de imagens disponibilizadas através dos vários projectos on-line (Google, Yahoo, Microsoft, NASA...), fazem o TerraServer original parecer modesto. Fica-lhe a virtude de ter sido um verdadeiro pioneiro.

Só lamento não ter recolhido também as imagens do Grande Porto.

Ficheiro KMZ para utilizar no Google Earth e ver a zona de Pina Manique em Lisboa

domingo, outubro 08, 2006

Uma cidade afundada sob a Lagoa de Óbidos...

É certo que não passa de um defeito de imagem algo comum no Google Earth. No entanto, não deixa de ser interessante. Não conseguimos encontrar outras manifestações idênticas em território português.


O fórum de discussão Google Earth Community mantém várias páginas onde este e outros defeitos são discutidos. Os edifícios subaquáticos podem ser encontrados em diversas partes do mundo.

Ficheiro KMZ para utilizar no Google Earth e ver os edifícios subaquáticos na Lagoa de Óbidos

Agora vê-se, agora não se vê

São giras as soluções que às vezes se encontram nos livros. No Aeroguia - Lisboa e área metropolitana (Publicações Dom Quixote, 2000), a zona da Base Aérea do Montijo parece ser uma zona inexplorada, de vegetação luxuriante:


Saltemos no tempo para 2006 e para o universo de informação que aplicações como o Google Earth proporcionam. Comparando as imagens, é caso para dizer que se fartaram de trabalhar em 6 anos...


Para que é que se deram ao trabalho de retocar a primeira imagem? Sejamos realistas: já no ano 2000, se alguém quisesse saber como era a Base Aérea do Montijo vista do céu podia dirigir-se a serviços comerciais de venda de imagens captadas por satélite (já para não falar do bloco de imagens de Lisboa da década de 80, disponibilizados brevemente através do projecto TerraServer da Microsoft, por volta de 1997/1998).

Ficheiro KMZ para utilizar no Google Earth e ver a Base Aérea do Montijo